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Para mostrar como antigamente aproveitámos dinheiro que chegava aos cofres da pátria (uma visão benigna da ‘bazuca’, um termo grosseiro e inadequado), o Presidente da República mencionou o tempo em que lidámos “com as especiarias, o ouro, a prata ou os fundos comunitários”. Sobre os fundos comunitários, escuso-me de lembrar que não se trata de um bom exemplo – houve desperdício, corrupção e muitos investimentos pacóvios. Quanto ao resto, recordo que em 1514 o rei D. Manuel enviou uma caríssima, faustosa e aparatosa embaixada ao papa Leão X para lhe jurar lealdade e mostrar o que fazíamos “com as especiarias, o ouro e a prata”; acabámos de pagar essa despesa três séculos depois. Como de costume, desses rios de riqueza não sobrou grande coisa para o futuro, tirando belos monumentos e o produto da vaidade e da idiotice das nossas elites, vaidosas e cheias de cupidez. De qualquer modo, nessa embaixada ao papa, o rei D. Manuel enviou um rinoceronte indiano; porém, o barco em que era transportado naufragou. Pede-se ao presidente que melhore as condições de transporte do novo rinoceronte.
Da coluna diária do CM.
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