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Como fica o rinoceronte português depois do 10 de Junho.

por FJV, em 11.06.21

Para mostrar como antigamente aproveitámos dinheiro que chegava aos cofres da pátria (uma visão benigna da ‘bazuca’, um termo grosseiro e inadequado), o Presidente da República mencionou o tempo em que lidámos “com as especiarias, o ouro, a prata ou os fundos comunitários”. Sobre os fundos comunitários, escuso-me de lembrar que não se trata de um bom exemplo – houve desperdício, corrupção e muitos investimentos pacóvios. Quanto ao resto, recordo que em 1514 o rei D. Manuel enviou uma caríssima, faustosa e aparatosa embaixada ao papa Leão X para lhe jurar lealdade e mostrar o que fazíamos “com as especiarias, o ouro e a prata”; acabámos de pagar essa despesa três séculos depois. Como de costume, desses rios de riqueza não sobrou grande coisa para o futuro, tirando belos monumentos e o produto da vaidade e da idiotice das nossas elites, vaidosas e cheias de cupidez. De qualquer modo, nessa embaixada ao papa, o rei D. Manuel enviou um rinoceronte indiano; porém, o barco em que era transportado naufragou. Pede-se ao presidente que melhore as condições de transporte do novo rinoceronte.

Da coluna diária do CM.

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