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Não sei como será o programa das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril (que decorrerão entre 2022 e 2026), mas espero que possa servir para, finalmente, ouvir os portugueses e acabar com a apropriação da data pela esquerda revolucionária. 50 anos depois, ninguém a põe em causa nem lhe regateia a importância histórica e simbólica. O texto que anuncia as comemorações proclama a “fidelidade [da revolução] aos princípios democrático-liberais” e não às avarias folclóricas do PREC, a que o ano de 1976 pôs termo. As comemorações devem servir para que todas as vozes sejam escutadas e para que, finalmente, não sejam o simulacro de uma tristonha e inútil apropriação, à mistura com a celebração contentinha do regime e das suas metáforas mais vazias (como tem sido). 50 anos é uma idade adulta. Pede distância (não distanciamento) e não folclore; exige uma visão da História sem ativismo nem preconceito. E sem o sentimentalismo fácil que esconde sempre a verdade. Este ano, aliás, o regime democrático ultrapassou em idade o salazarismo; já é tempo de não se limitar a ser uma caderneta de cromos.
Da coluna diária do CM.
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