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O meu primeiro encontro com a memória de George Sand (1804-1876, passam hoje 145 anos sobre a sua morte) foi em Maiorca, no enorme mosteiro de Valldemossa, onde passou algum tempo com Frédéric Chopin; os amantes (ela 34 anos, ele 28) refugiam-se nas Baleares em 1838, mas o músico sofria de tuberculose e a população local hostilizou-os. Achei o romance tórrido (há um retrato maravilhoso de Delacroix representando George Sand a ouvir Chopin) – nesses anos, a escritora (o nome verdadeiro era Amandine Aurore Lucile Dupin, baronesa de Dudevant) já tinha um lugar garantido nas letras francesas, era amiga de Vítor Hugo, de Musset (com quem teve um caso – e com quem viajou em Itália na companhia de Stendhal), de Flaubert ou Balzac. Vestia à homem, usava um pseudónimo masculino, pioneira do feminismo, escreveu cerca de 130 livros – romances (como A Pequena Fadette, que li primeiro), ensaios, memórias, teatro, livros de viagem – e teve a admiração de Dostoiévski ou Walt Whitman. O seu Diário Íntimo (publicado pela Antígona) é uma leitura surpreendente; dá pena não tê-la conhecido.
Da coluna diária do CM.
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