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O que leva um dirigente do Chega a, num debate televisivo durante a campanha das presidenciais, chamar “bandidos” aos habitantes do Bairro da Jamaica que se tinham feito fotografar com o Presidente da República? Precisamente o que o fez repetir a alarvidade uns meses depois (ontem), garantindo que o que disse era “justo” e “correto”: repetir um mantra de obscenidade política e moral, desenhar um país dividido entre “bandidos” e “pessoas de bem”, chamar a si os holofotes, não temer a barbaridade. Há quem, à direita, esteja disposto a suportar a barbaridade em nome dos presuntivos cinco ou seis por cento de votos representados pelo líder do Chega — como se se tratasse de um partido de direita e não de uma mistura iconoclasta de barbaridade, coisas apanhadas no ar, histórias que não batem certo e um conjunto difuso de slogans que até podem merecer discussão. A barbaridade, em política como em matéria de costumes, é contagiante, tóxica e o seu preço é altíssimo. Hostilizar o seu megafone não é hostilizar os seus eleitores; é dizer onde se está e onde não queremos estar. Isso não tem preço.
Da coluna diária do CM.
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