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Philip Roth (1933-2018) é um dos grandes autores do século XX e aguardava-se há muito a sua biografia. Publicada há um mês, um colosso, foi retirada das livrarias pela editora Norton, depois de o seu autor, Blake Baley, ter sido acusado de agressão sexual (ainda não julgada). A Norton podia ter mantido o livro nos escaparates mas preferiu não arriscar – e o livro será agora publicado pela Skyhorse, que lançou as memórias de Woody Allen depois de a editora Hachette ter desistido de publicá-las na sequência das acusações ao realizador. Folhetins morais, portanto. Mas não só. A partir de agora, as editoras – acobardadas com este cerco vigilante, só assinarão contratos com autores de confirmadíssimo perfil moral e sem registo de polémicas na sua vida. O resultado disto é, fatalmente, a censura, o empobrecimento e banalização das suas artes, controladas por multidões de inquisidores e zelotas a quem auguro grande prosperidade e uma alta taxa de contágio. Imagino que em breve virão os campos de reeducação e os apedrejamentos públicos. Triste, cómica e ridícula América. Bom proveito.
Da coluna diária do CM.
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