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Gosto muito de O Baile (Le Bal, 1983), de Ettore Scola: num velho salão de baile, o tempo passa, tal como a música, a política, o amor, a história de França. Não há uma palavra, apenas dança – e nostalgia. Às vezes, beleza. O método foi repetido em La Famiglia (1987): um apartamento que sobrevive à passagem do tempo e das gerações (imagine-se: Vittorio Gassman, Fanny Ardant, Stefania Sandrelli e Philippe Noiret, que elenco). Era o mundo de Ettore Scola, o realizador de Feios, Porcos e Maus (1976), com o brutal Nino Manfredi, ou de Tão Amigos Que Nós Éramos (1974), cujo argumento é retomado em O Terraço (1980), com Gassman, Ugo Tognazzi, Trintignant e Mastroianni. Reunir um elenco desta qualidade foi um desafio aceite por Ettore antes de se despedir do cinema, em A Noite de Varennes, uma demanda por Casanova e pela revolução francesa. O olhar magoado de Marcello Mastroianni ao lado de Sophia Loren em Um Dia Inesquecível – o da visita de Hitler à Itália fascista – é uma obra de arte. É por isso que vale a pena recordar Ettore Scola (1931-2016), que hoje completaria 90 anos.
Da coluna diária do CM.
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