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O triste dia da Língua Portuguesa.

por FJV, em 06.05.21

Ainda bem que, a avaliar pelas cerimónias oficiais, ficámos todos contentes com a celebração do Dia da Língua Portuguesa. De que serviu? Para que soubéssemos que (quase) todos a falamos e destruímos paulatinamente. Alguns, ainda mais felizes, insistiram no “valor económico da língua portuguesa”, aferido pelo volume de negócios e transações; outros, na necessidade de torná-la “mais inclusiva”, seja lá o que isso for; e outros houve, ainda, que mencionaram a pluralidade e a diversidade dos nossos dicionários. Tudo coisas importantes e sonoras. Mas, amanhã, tudo esquecido – as bibliotecas da nossa língua continuarão em risco, os apoios aos autores continuarão a ser comedidos, a edição continuará a lutar solitariamente contra todas as adversidades, os índices de leitura serão fabricados à medida, as leis para as livrarias serão tão deslocadas e hipócritas como antes, leremos cada vez menos jornais e haverá cada vez menos obras clássicas ou modernas a serem adaptadas à televisão, a escola continuará a hostilizar o bom Português (em maiúscula). Ficam a efeméride e o foguetório. 

Da coluna diária do CM.

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