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Que sejam provadas pelo menos uma ínfima parte das acusações no abjeto processo da Fraternidade Missionária de Cristo Jovem, em Requião, Famalicão, o julgamento que hoje se inicia em Guimarães é mais do que uma peça de filme de horror. Basicamente, um grupo de jovens raparigas, oriundas de meios humildes, pobres e desprotegidos, foi mantido em condições sub-humanas, perversas, sádicas e inferiores à condição de escravatura. A descrição das torturas, humilhações, castigos e enormidades de toda a espécie infligidas durante vinte anos de clausura (de 1985 a 2015, quando a PJ desmantelou o “convento”) não cabem nesta coluna – e exigem não apenas uma reparação mas, também, um estudo sobre as condições em que uma “instituição religiosa” (dependente de uma seita católica milenarista que pretendia salvar-nos de Satanás afixando cruzes por todo o país) albergou e escondeu tamanha galeria de horrores praticados por um padre e três freiras – além das suspeitas sobre uma morte ocorrida em 2004. Já agora, importa dizer que foram precisos seis longos anos para que o julgamento se iniciasse – hoje.
Da coluna diária do CM.
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