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A universidade de Sheffield, no Reino Unido, lançou um programa para “descolonizar” o currículo de matemática e engenharia – e descobriu que Isaac Newton (1643-1727), um dos cientistas mais importantes da humanidade, é um “potencial beneficiário do colonialismo”. Juntamente com o homem que construiu as bases da mecânica clássica, também entram na lista os matemáticos Leibniz ou Laplace. A ideia é a de contrariar o conhecimento “branco” e “eurocêntrico”, purificando o passado até ele ser como gostávamos que ele fosse. Geoffrey Chaucer (1343-1400), por exemplo, autor dessa preciosidade que são os Contos de Cantuária tem o seu futuro ameaçado porque o manuscrito da sua obra esteve, no século XVIII, na posse de uma família ligada ao comércio de escravos. Do pecado ninguém o livra. Esta ideia de um mundo higienizado e puro explica, entretanto, por que razão um dos principais sindicatos britânicos de atores, o Equity, exige que os críticos e jornalistas não mencionem idade, etnia, género e aparência quando comentam uma peça em palco – seremos, doravante, pessoas sem rosto e sem passado.
Da coluna diária do CM.
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