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O problema não é o da “igualdade de género” (o princípio da igualdade salarial deve ser aplicado e não sabemos por que não é), coisa em que estamos todos de acordo salvo os cavernícolas do costume e a militância de rua. Já os casos de abuso sexual, violação, violência doméstica e homicídio de mulheres têm de ser rapidamente resolvidos. Não é um problema “das mulheres”; é também “dos homens” e “da sociedade”. Todas as semanas há casos de libertação de abusadores, violadores ou agressores que regressam à prática do mesmo crime, ou o agravam; muitas vezes as penas são leves demais e proporcionam a libertação ou suspensão num prazo que todos sabemos imoral. Como impedir isso? Como mostrar “à sociedade” (e aos eventuais abusadores) que se trata de um crime grave, abjecto e indesculpável? Em primeiro lugar, agravamento das penas e impedir que possam ser abreviadas; depois, que a reincidência seja ainda mais penalizada. Enquanto isto não for claro, não houver terapias exigentes e os exemplos não forem públicos, tudo ficará na mesma. Apenas ruído de rua que não chega senão a um beco.
Da coluna diária do CM.
É verdade que Artur Garcia (1937-2021) não tinha nem o talento romântico de Tony de Matos nem a fortuna dos compositores que serviram outros artistas da época (como António Calvário, para não repetir o nome de Tony de Matos, por quem tenho uma admiração excessiva, confesso, com Francisco José a seguir) – mas anteontem, dia da sua morte, achei estranho que nem as rádios nem as televisões passassem as gravações que o fizeram famoso. Fui procurar. Entrei canções muito apresentáveis. “Corpo e Alma” tem a minha idade (e é provavelmente a sua melhor voz, juntamente com “Ingratidão”) e “Porta Secreta” (de 1967) merecia melhor destino. Teve pouca sorte com as canções de Nóbrega e Sousa, com orquestrações abaixo da média, mas o país da época não podia acompanhá-lo em “Olhos de Veludo”, de 1968, muito latina (graças a Ferrer Trindade, que era o produtor) quando já havia outras ambições mais elevadas na chamada música ligeira. Um pouco mais de chama (e menos conotações políticas) e “O Homem do Leme” poderia ser uma canção. Teve pouca sorte – e a magnífica figura não o ajudou naqueles tempos.
Da coluna diária do CM.
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