Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Frágeis

por FJV, em 07.04.21

Evidentemente que estamos frágeis e que nos sentimos frágeis; alguns dos nossos amigos, familiares e conhecidos perderam a vida durante este ano de pandemia; confinamentos, limitações ferozes à liberdade, manobras e ameaças de propaganda e propagação de medo fizeram o resto. Não sei se muitos dos que chamavam “gripezinha” à Covid mudaram ou não de opinião, mas a verdade é que estamos frágeis ao fim de um ano – e sermos bombardeados com vinte reportagens diárias sobre o mesmíssimo tema também não ajuda. Seja como for, a pequena guerra portuguesa não pode ser a de vigiar os que passeiam pelo bairro ou à beira mar e se reúnem com amigos a uma mesa de esplanada. Era natural que tudo explodisse ao fim de dois meses de isolamento – nas escolas, na vida das lojas de rua, na ida às praias, na procura de um contacto com os outros. O que nestes dois dias foi essa explosão natural, temperada de receio, vigilância policial e a tentação portuguesa de procurar o pecado no vizinho do lado. Estamos todos frágeis, estamos todos indefesos diante da propaganda e da mentira e, isso sim, é assustador.

Da coluna diária do CM.

Autoria e outros dados (tags, etc)



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.