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George Friedrich Häendel morreu em Abril de 1759, um pouco depois da Páscoa, quando era costume ouvir-se a sua oratória Messias, de que todos conhecemos o coral “Halleluiah”. As duas Paixões de J.S. Bach (Mateus e João) ou a sua Oratória de Páscoa (de 1725) eram outra das presenças permanentes nesta época. Outros tempos. Explicar que o simbolismo da palavra Páscoa (‘passagem’, ‘Pessach’, do hebraico) está ligado à travessia do deserto em busca da libertação (preferível à original – a passagem do anjo da morte no Egito), e também de redenção e dignidade, é hoje em dia um trabalho inglório e destinado ao fracasso. Mencionar também o sentido da Páscoa cristã (o triunfo sobre a morte), é mais tempo perdido. Basta dizer que num caso estamos a recordar o deserto e a fuga à escravidão, e que no outro lembramos a barreira da morte e a alegoria da ressurreição. O Ocidente tornou-se laico, primeiro – mas cínico e ateu depois. Falar disto é uma espécie de despropósito num mundo que reduz a Páscoa a confeitaria e chocolate. Mas, como aqui já disse, alguma coisa deve restar no nosso coração.
Da coluna diária do CM.
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