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O responsável da associação de hotéis e turismo do Algarve (e que a esta hora já deve ter deixado o cargo) cometeu o deslize de, pela primeira vez, falar em público daquilo que todos sabemos em privado – que boa parte dos prémios atribuídos ao turismo português (a hotéis, praias, programas de viagem, etc.) é, afinal, combinada e paga, como acontece em todo o lado. Estes prémios da treta são muito populares na nossa imprensa e anunciados com toda a pompa daquele orgulho nacional que se põe em bicos dos pés. É compreensível. Esses prémios valorizam o principal produto português, o turismo – e quem vai agora discutir se uma certa praia é considerada “a melhor do mundo” ou se certo hotel é “o melhor da Europa”? Nós, aqui em casa, sabemos que não são – mas não desmentimos, porque se trata da vidinha, da política e do negócio, além da vaidade de província, que tão bem resulta. São boas coisas, sim; algumas até são excelentes; mas sabemos que o paraíso não nasceu na faixa de terreno mais ocidental da Península e que deve ter havido alguma marosca. Onde fica a melhor coisinha do mundo, onde é?
Da coluna diária do CM.
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