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Gainsbourg.

por FJV, em 02.03.21

De quem sentimos falta desde há 30 anos? De Serge Gainsbourg (1928-1991). Ainda se recordam daquele dueto maravilhoso com Catherine Deneuve, “Dieu est un fumeur de havanes”? Sinto falta dele. Hoje, Gainsbourg seria de novo perseguido por sexismo, má conduta, incorreção política, alcoolismo, seja o que for. Todos nos lembramos de “Je t’aime, moi non plus”, que ele compôs para Brigitte Bardot, uma das suas famosas namoradas, mas popularizada com Jane Birkin, com quem casou (só em 1986 se conheceu a gravação com Bardot, a quem dedicou várias canções). Já agora, as que compôs para Birkin – a eterna, “Ex-fan des sixties” –, minha musa de adolescência; as que compôs para Françoise Hardy (“Comment te dire adieu”), France Gall, Juliette Gréco, Marianne Faithfull, Dalida ou Petula Clark. Judeu (errante e sedentário) que foi obrigado a usar a estrela amarela durante a ocupação nazi da França (a família fugiu da URSS depois da revolução), pintor, ator e autor, cineasta, Gainsbourg não era fácil, mas faz-nos falta. “Je suis venu te dire que je m’en vais”, ainda o oiço. Morreu há 30 anos.

 Da coluna diária do CM.

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Quando as Escolas Fecharam

por FJV, em 02.03.21

Os livros sobre a pandemia (ou de filósofos que filosofam sobre a “ditadura sanitária”) não me interessam; estou farto. Por isso, a minha exceção é Quando as Escolas Fecharam, de Paulo Guinote (publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos) – mais do que um livro sobre o “confinamento escolar”, é um diário do isolamento a que fomos condenados e que nos sitiou durante meses. Sem “pontos de partida prévios”, sem condições, sem quebras, Paulo Guinote mostra-nos como as escolas são fundamentais para a estruturação das nossas vidas e como, por vezes, os dias que passaram foram episódios de um filme cómico povoado de personagens de Jacques Tati – apesar dos estudantes, das crianças, dos adolescentes, dos professores, dos pais, das casas de cada família, e das próprias famílias. Gostava que a leitura deste livro nos pudesse ajudar a compreender melhor o papel dos professores e a forma como (“lá em cima”) esse papel é ignorado e subvalorizado. Anotando as contradições do discurso oficial, os erros de palmatória das autoridades – e as nossas perplexidades –, o livro de Guinote é um guia destes tempos.

 Da coluna diária do CM.

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