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Sei pouco de José Atalaya, que morreu no final da semana passada (1927-2021), como compositor – mas recordo-o bem em mangas de camisa, de colarinho e cabeleira à solta, a dirigir uma orquestra no Coliseu de Lisboa. E a conversar com o público, “maioritariamente jovem”. Sempre sonhei com a ideia dos Concertos Promenade (os Proms, que a RTP2 transmite todos os anos), criados em Inglaterra no final do século passado, reabilitando a ideia de concertos de “música clássica” em jardins e lugares amenos – os concertos para jovens de Atalaya, e o modo como nos divertia, eram um pouco isso. Tive a sorte de ter sido aluno do maestro José Ferreira Lobo, que fazia das nossas aulas de Educação Musical (e Canto Coral, se se lembram) autênticos Proms, manejando discos de vinil com trechos de sinfonias, quartetos, concertos e óperas, mostrando-nos como a música era um acontecimento disponível para ser festejado. Os programas de divulgação de Atalya (como a série A Música e o Silêncio de António Victorino de Almeida), eram um extraordinário acepipe para o amor pela música. Merece a nossa homenagem.
Da coluna diária do CM.
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