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Diz-se que o escritor Robert Browning (1812-1889) tratava a sua mulher Elizabeth Barret Browning (1806-1861), que escreveu a mais bela poesia inglesa da época vitoriana, por “minha pequena portuguesa”. É certo que os antepassados de Elizabeth viveram na Jamaica, para onde se registou uma elevada imigração de judeus portugueses – mas o marido escolheu “portuguesa” por causa da tez morena da autora de “How Do I Love Thee?”, um poema maravilhoso, publicado justamente no livro Sonetos Portugueses (Sonnets from the Portuguese), que terminou por volta de 1845, altura em que o casal viajou para Roma, primeiro, e Florença, depois, onde se fixaram para o resto da vida – trabalhando “a partir de casa”, como diz a sua biógrafa Fiona Sampson no livro Two Way Mirror, biografia que é publicada hoje em Inglaterra. Os Browning criaram, pois, uma espécie primitiva de teletrabalho – e a cura contra os males de saúde de Elizabeth (que estava em confinamento perpétuo devido a dificuldades respiratórias), graças a comida fresca, sol, vinho e caminhadas noturnas. Não sei se estão a ver onde quero chegar.
Da coluna diária do CM.
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