Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nada pode justificar as imagens de violência policial captadas ontem, no Barreiro. Caçar desobedientes ao “confinamento” tornou-se um desporto por parte das entidades policiais; não que não estejam em cumprimento da lei e das suas obrigações, mas porque se trata, muitas vezes, de um dispositivo desproporcionado e invulgar, com vistosas operações de auto-stop, controle discricionário, apoio das televisões e, por vezes, uso e abuso da posição de autoridade junto de pessoas que se limitam a ir trabalhar e não podem limitar-se a “ficar em casa” para cumprir um retiro espiritual. O “confinamento” tornou-se um pesadelo para muitos portugueses – e tanto o Estado em geral como as autoridades de proximidade parecem ter-se habituado ao controle que exercem e ao seu papel de mestres-escola quando o pano de fundo é a incompetência para passar mensagens não contraditórias. Não se podem desculpar a violência nem a insensatez dos que desobedecem às medidas mais elementares. Mas o “confinamento” está a tornar-se além das injustiças e situações de desespero que provoca – caso de anedota e de inabilidade.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.