Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ao contrário do que acontecia com a tradição universitária que mandava discutir, arriscar e contrariar, as novas gerações “protegem-se do perigo” – nos EUA criaram “zonas seguras” onde os estudantes não podem ser “agredidos” com discursos que os contrariem ou contenham ideias maléficas. No Reino Unido vigiam-se bem as audiências, proibindo-se conferencistas importantes mas discutíveis e cujos livros possam ser “problemáticos”. Basta sair um pouco do cânone, pressentir-se o mais pequeno risco de polémica. Veja-se a universidade de Durham (RU), onde a associação de estudantes exige ser informada do tema das conferências com duas semanas de antecedência, ou de quatro se o tema for “controverso” – caso em o texto da conferência deve ser conhecido previamente, a fim de não conter referências racistas, misóginas, transfóbicas ou homofóbicas, anti-semitas ou colonialistas. Os estudantes têm o direito, diz a comandita que governa a universidade, de não serem incomodados com ideias desagradáveis. Em silêncio, isso já se passou entre nós. Os nossos antepassados, que criaram a Europa e discutiram com intensidade e paixão, devem estar a rir.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.