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Os livros vendidos nos hipermercados não são os mesmos das livrarias físicas ou online (onde há diversidade e pluralidade) – são, sobretudo, livros que os hipermercados decidem vender depois de as livrarias, que arriscam a pele e são o nosso orgulho, os terem promovido. Mesmo assim, os hipermercados não podem vender livros. No entanto, podemos comprar magníficos e insubstituíveis bens à porta de lojas que decidiram abrir; não livros, porque o ministério da Cultura foi formatado para não o autorizar. Depois de criar-se a ideia de que “a cultura” se esgotava no universo do espectáculo e dos concertos, que atravessam uma crise grave, as autoridades da Cultura & da Economia são indiferentes à crise igualmente grave em que vivem editores, livreiros, autores, tradutores, designers, impressores e distribuidores – o setor que nunca lhes dá trabalho nem fornece dependentes. Pelo contrário: é um dos mais importantes nas chamadas “indústrias culturais”. Espero que dia 14, na renovação previsível do estado de emergência seja corrigida esta injustiça tremenda que coloca o Estado no meio do ridículo.
Da coluna diária do CM.
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