Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



A desculpa para proibir a venda de livros.

por FJV, em 20.01.21

Nunca imaginei que um governo mandaria retirar livros das prateleiras dos supermercados, nem em nome da concorrência. As perdas no mercado editorial, em 2020, foram da ordem dos 17%. Talvez seja bom lembrar que a indústria da edição (que junta autores, editores, impressores, tradutores, livreiros, designers, distribuidores) é o maior contribuinte das chamadas “indústrias culturais”, quer em valor, quer em emprego, quer em exportação além de desempenhar um papel central nas nossas vidas, na nossa cultura e na nossa língua e identidade. Nem que fosse por motivos simbólicos, a proibição de venda de livros nos supermercados, nas lojas dos correios, seja onde for, seria um gesto importante para a edição, uma área da cultura que não recebe apoios do Estado e que, apesar de tudo, sobrevive e cumpre um papel essencial nas nossas vidas. A batalha pelo livro não pode ser apenas vista como um “problema do comércio retalhista”. Que o Ministério da Cultura não entre em campo a defender o livro, não me surpreende, infelizmente. Que o governo o faça desta forma brutal, é um sinal perigoso para todos. 

Da coluna diária do CM.

Autoria e outros dados (tags, etc)



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.