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A primeira versão do guião de O Desconhecido do Norte-Expresso (1951) é de Raymond Chandler, mas ele achava que a história, que adaptava o livro de Patricia Highsmith (1921-1995), era fraca. Não tinha razão e o filme, de Hitchock, fez-se sem ele; quatro anos depois, nasceria Tom Ripley, a personagem de Highsmith que mais nos marcou e que vive em cinco livros (adaptados ao cinema), o primeiro dos quais O Talentoso Mr. Ripley. A vida faustosa de Ripley começa quando mata Dickie Greenleaf, inicia a carreira de falsificador de arte e é obrigado a cometer ocasionais homicídios – mas o talento verdadeiro é de Patricia Highsmith, que nos obriga a ficar do lado do criminoso. É uma saga de suspense e de uma psique negra e nervosa, que aliás marca todos os livros da autora, como O Grito do Mocho, O Diário de Edith, Gente Que nos Batem à Porta, para citar alguns. Patricia Highsmith é mais do que uma escritora; cria ambientes, personagens sempre em queda pelo abismo, explora o nosso sentido do estranho e o nosso medo da verdade. Um génio. Passam hoje 100 anos sobre o seu nascimento.
Da coluna diária do CM.
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