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O “fenómeno Trump” não me intriga – é suficientemente repulsivo. O seu comportamento pueril, histriónico, de ditador cómico, estava previsto. Não que, como aqui escrevi, não fosse preciso compreendê-lo nas suas raízes, como uma tentativa de se apoderar dos “americanos esquecidos” pela elite de Washington, que responderam dando-lhe o seu voto. Mas um demagogo é um demagogo, se me faço entender – lá e aqui. Encarar um demagogo como um antídoto contra a decadência ou a corrupção, é deitar tudo a perder a médio prazo, porque depois de instalado exibirá os piores instintos pessoais e as piores companhias que lhe deram acesso ao poder. A direita como a esquerda têm as suas tentações periódicas, tal como o “homem comum”, desprotegido e sitiado pela penúria, pela indiferença e pela injustiça. Mas o preço a pagar pelo apoio a demagogos deste género é sempre alto. Os republicanos, na América, pagarão caro pela sua desistência e por terem aberto as portas a um ser tão infantil como Trump. Em Portugal, é bom que a direita aprenda a lição e a desventura dessa permissividade. Nunca compensa.
Da coluna diária do CM.
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