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O filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) pensava que a sociedade estava sempre em conflito e que a política podia ser vista como uma espécie de guerra civil contínua; além disso, o seu objetivo não seria o de agir em nome de uma ideia de “bem comum” ou de “acordo geral” mas o de satisfazer a “vontade de poder” – sendo que todas as relações sociais teriam em vista o poder, não no sentido abstrato ou jurídico, mas para ser efetivamente exercido até controlar todos os aspetos da nossa vida. Princípios destes podem ajudar-nos a compreender melhor a vida portuguesa; quando uma sociedade é fraca, pouco informada e sem gosto pela independência (mental e económica, por exemplo, para não irmos mais longe), quem quer saber se um concurso internacional para procurador europeu foi feito conforme as regras? E, se houve violação das regras, que importância tem isso para efeitos práticos? “Sigamos em frente, isso são lapsos sem importância.” Aliás, “lapsos” sobre “lapsos”, e mais “lapsos” ainda, até ficarmos indiferentes quando eles se repetem e todos se conformam com “o novo normal”.
Da coluna diária do CM.
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