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A história poderia incluir-se no registo da anedota, mas acontece que já vi coisas mais ridículas entrarem pela porta grande – e conta-se em duas linhas: o congressista americano (e pastor protestante) Emanuel Cleaver terminou a oração inaugural do Congresso com o tradicional Amen – mas acrescentou-lhe um Awoman. Claro que isto é ignorância pura, como se o men de amen significasse ‘homens’ (em inglês) e fosse preciso acompanhá-lo de woman (mulher). Como sabemos, amén vem do hebraico (era uma sigla) e transformou-se depois numa palavra em grego, latim e árabe. Felizmente que o mundo não é todo inglês, nem todo americano, nem todo palerma, nem todo ignorante em relação à natureza neutra da palavra amen. Neste caso, ao desejo de fazer “política de género”, muito progressista, juntou-se a ignorância, mas houve quem saltasse em defesa do orador, da mesma forma que o fizeram quando, inadvertidamente, um dirigente político português se dirigiu às massas com um cómico “camaradas e camarados”. Porque é preciso destruir a ordem estabelecida, nem que se fique só pela gramática.
Da coluna diária do CM.
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