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Despedimo-nos do ano sem grande saudades. Limitados pela pandemia, é melhor não ver televisão, por exemplo, onde se repetem até à insanidade imagens de braços a serem picados, de corredores de hospitais e de lares cercados de ambulâncias. Como já aqui disse, a repetição sem sentido dessas imagens deixa-nos anestesiados, indiferentes, cansados – e deprimidos. Encaremos o que tem de ser. Como os grandes mestres do estoicismo e do taoismo, aprendamos a rir de nós mesmos e a aceitar o que não pode ser alterado; no resto, resistamos. À propaganda doentia e ao medo, sobretudo. E também à tentação de desistir. Alguma coisa nos mostrou este ano: a fragilidade das coisas, por exemplo, que devíamos conhecer bem – mas que às vezes fazemos por ignorar; a importância de um passeio à beira mar ou num jardim perto de casa; o amor aos nossos pais e aos nossos filhos. Se de tudo devemos tirar uma lição, 2020 foi uma fonte inesgotável. Estamos destinados a isso: errar, aprender, começar o novo ano, errar de novo, recomeçar. Se os novos tempos são imprevisíveis, então temos de pensar no que é essencial.
Da coluna diária do CM.
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