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Em 1991, Daniel Blaufuks publicou na revista Ler um admirável conjunto de fotografias de Tânger em que o centro de atenção não era a cidade mas um dos seus mais ilustres cidadãos, o escritor Paul Bowles, novaiorquino que nasceu há exatamente 110 anos, cumpridos hoje. Um ano antes, estreara o filme de Bernardo Bertolucci, Um Chá no Deserto (a partir do livro O céu que Nos Protege, o grande romance de Bowles, de 1949), com Debra Winger e John Malkovich. De certa maneira, é uma peça autobiográfica, como quase tudo o que escreveu: americanos desiludidos que se fixam em Marrocos, à beira do deserto, vivendo histórias de adultério, liberdade, drogas e relações homossexuais. Depois da cena cultural novaiorquina, Bowles e a mulher, Jane, que já tinham viajado abundantemente pela Europa, fixam-se em Tânger em 1947, mal a guerra termina. Músico (excelente), poeta, tradutor, romancista – Bowles afastou-se mas manteve amigos como Gore Vidal, Truman Capote, Allen Ginsberg ou Burroughs, que o visitaram em Marrocos, onde morreu em 1999. Lê-lo é um bálsamo e uma perturbação permanente.
Da coluna diária do CM.
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