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Incapazes de reconhecer um momento solene e o simbolismo dos grandes gestos, os provincianos e pacóvios – quando estão no poder – tudo transformam em propaganda e festival. Não há palavra, sinal, instante de dignidade ou de salvação que escape à girândola de pequenas vulgaridades e de discursos que tanto podiam ser assim como de outra forma. Nada contra. Há um momento, na história da vida política, em que sentimos que estão a fazer de nós parvos e ingénuos – e em que, cansados e sem energia para reagir uma e outra vez, deixamos passar, encolhemos os ombros, ficamos indiferentes ao ruído da propaganda mais fácil. Nada contra. É a vida das personagens que dependem dela, da propaganda permanente, do aproveitamento de cada minuto da nossa vida como se fosse uma dádiva mesquinha. Ontem, a Europa viveu um dia importante como há muito se não vivia: tão simples e tão excecional, tão banal e tão solene, o momento não merecia ser transformado em correria publicitária. Mas nada contra. É por isso que isto não é uma crítica, mas apenas a constatação de que a vida é como é. Um jogo.
Da coluna diária do CM.
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