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Há uma edição antiga de Middlemarch (1871), de George Eliot, que levava um título muito mais interessante: A Vida Era Assim em Middlemarch (tradução de Mário Domingues, a que depois se juntou um prefácio de Jorge de Sena) – mas a versão correta é Middlemarch : Um Estudo da Vida de Província (na Relógio d’Água, tradução de Miguel Serras Pereira). Trata-se não só da obra-prima de George Eliot (1819-1880), mas de uma obra-prima do romance em geral. Eliot, ou seja, Mary Ann Evans, que morreu há 140 anos (assinalados hoje), viveu assombrosamente mas com discrição, foi pioneira a abordar temas de identidade e emancipação feminina, questões de género, casamento, família – e amor. Na sociedade vitoriana, a sua vida foi um exemplo de autonomia e liberdade. Traduziu, escreveu poesia e romance, comentou assuntos religiosos, fez jornalismo, viajou – é uma figura de primeira grandeza. Middlemarch é uma galeria interminável e minuciosa, uma genealogia moral; já Moinho à Beira do Floss (1860) são 500 páginas de puro feminismo na sociedade vitoriana. Qualquer um deles é notável.
Da coluna diária do CM.
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