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O livro de Obama, Uma Terra Prometida tem passagens muito bem escritas. Donald J. Trump nunca poderá escrever assim, mas esse não será o maior problema de um livro do futuro ex-presidente americano quando finalmente sair de Washington – e sim as ameaças que já pesam contra quem quiser publicá-lo a sonhar com milhões de dólares: boicotes, autores que sairão do catálogo, livrarias invadidas, etc. Não surpreende. Mas uma coisa é boicotar Trump (aconteceu o mesmo com o livro de Nixon), outra boicotar livros de Woody Allen ou J.K. Rowling – ou o que o grupo Hachette está fazer: cancelar contratos com autores incómodos para os “ativistas” e os bem-pensantes do momento. O novo livro da jornalista Julie Burchill, Welcome to the Woke Trials: How #identity Killed Progressive Politics, sobre os excessos das políticas de identidade”, iria ser publicado na primavera, numa das editoras da Hachette. Porém, o editor diz que Burchill fez uns “comentários políticos desagradáveis” (leia-se, críticos da esquerda) no Twitter e cancelou o contrato. Assim estamos. Há muitas maneiras de queimar livros.
Da coluna diária do CM.
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