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Num cemitério de Viena há uma praceta onde estão duas sepulturas e um “memorial” – este é dedicado a Mozart, cujo corpo se perdeu numa vala comum; as sepulturas são de Franz Schubert e de Ludwig van Beethoven (1770-1827), e compõem uma espécie de pódio da música europeia. Podíamos passar uma vida inteira a escutá-los: Mozart, Beethoven e Schubert. Às vezes fico-me por Beethoven, em momentos mais solitários; viagens de carro para as obras sinfónicas. Servem para imaginar dolorosa a surdez do compositor ou a leitura do poema de Schiller (a “Ode à Alegria”), a inovação coral da sua 9.ª Sinfonia. Tenho uma ternura especial pela 3.ª e pela 6.ª por causa de um disco de infância – tal como pelos quartetos de cordas e, naturalmente, pela profundidade de certos momentos das sonatas de violoncelo e piano. E pela duração das suas grandes sequências mais ou menos épicas, ou iluminando os abismos da sua invenção do romantismo, uma espécie de bênção deslizando de cada acorde, de cada harmonia ou evocação. Seja como for, passam hoje 250 anos sobre o seu nascimento. É uma data perfeita para ouvi-lo.
Da coluna diária do CM.
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