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Mas não há remédio.

por FJV, em 23.11.20

Para quem assistiu à penosa conferência de imprensa do primeiro-ministro, anunciando medidas sem ter desmentido as anteriores que, por sua vez, assentavam em dados tão facultativos como esta página de jornal – a sensação que ficou é a de que não se sabe bem o que fazer. Há opiniões ao dispor de cada especialista instantâneo – e as melhores, ou as mais fiáveis, nem são as da senhora DGS (em que pouca gente acredita) ou as da senhora ministra da saúde, que anuncia para janeiro vacinas que, como sabemos, só terá muito depois. No início da pandemia, citávamos A Peste, de Albert Camus, ou o Ensaio Sobre a Cegueira, de Saramago, como exemplos do trânsito das epidemias para a literatura. Em dos livros há uma cura a tempo para as pandemias. Não há. Desaparecem apenas. Isto não é coisa que se possa dizer quando o número de vítimas aumenta e a catástrofe paira nos hospitais por culpa das autoridades, que não se prepararam nem prepararam o país (pelo contrário). Podemos bradar contra os Elementos, que enviaram o vírus. Mas não há remédio senão proteger-nos – e proteger-nos da incompetência.

Da coluna diária do CM.

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