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Vi um pouco da entrevista de André Ventura a Miguel Sousa Tavares mas perdi aquele momento em que o entrevistador perguntou ao líder do Chega se ele tinha “um amigo preto”. É verdade que qualquer entrevistador teria o destino traçado na imprensa e nas “redes sociais” porque se espera que Ventura seja, no mínimo, “trucidado” – mas a pergunta é ridícula e não deixa Sousa Tavares em bom estado. Acontece que me interessaram bastante mais as reações públicas, que foram – genericamente – más. Uma figura do PSD defendia, aliás, o despedimento do entrevistador: “Devia valer o despedimento sumário de MST da TVI.” A ideia de despedir jornalistas a pedido não é nova. Se agora foi uma representante do PSD, em tempos uma ministra socialista pediu também publicamente o despedimento de uma jornalista porque lhe desagradava o número de manifestantes que figurava em certa notícia (a jornalista tinha razão). E também me lembro de um grupo de intelectuais pedir, em abaixo-assinado, a dispensa de um certo colaborador literário de um jornal. Temos grandes tradições de cancel culture, como se vê.
Da coluna diária do CM.
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