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Em Quarteira, no Algarve, na passada quinta-feira, um rapazola de 17 anos agrediu o professor a murro. No meio da pandemia, que agora serve para justificar tudo, e das eleições americanas, que comentamos a rigor, a notícia passou despercebida. Lamento informar que, em “tempos normais”, ela ocuparia também pouco espaço. As agressões a professores, ou pelos alunos ou pelos seus queridos progenitores, foram desvalorizadas durante anos – a cultura da violência foi desculpada nas escolas, como foi desvalorizada no atendimento dos hospitais ou dos tribunais. Longe de defender os professores, os médicos e enfermeiros, ou os representantes da justiça, as autoridades (refiro-me assim ao Estado no seu conjunto) preferiram atuar “em ausência”, tentando pacificar a besta, desvalorizando as estatísticas e as ocorrências, normalizando a violência – em vez de, além de outras coisas, impor respeito, que é uma condição necessária para que as escolas funcionem com certa normalidade. Seguir-se-ão um inquérito inconclusivo e um discurso sobre a escola “inclusiva”. Mas nenhuma lição que fique para lição.
Da coluna diária do CM.
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