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Tudo ao ponto de sobrarem 5000 óbitos inexplicados.

por FJV, em 04.11.20

Vários especialistas têm vindo a manifestar em público a sua preocupação sobre a forma como a DGS, o governo e as várias entidades “comunicam” os dados da Covid. Parte dessas preocupações são bem intencionadas e têm a ver, vá lá, com a “clareza da mensagem” – e com os efeitos que “a mensagem” provoca em todos nós. A ideia é que o nosso medo, as nossas precauções e a nossa determinação variam consoante os deslizes da Dra. Graça Freitas ou o rosto do primeiro-ministro quando nos informam sobre o estado da pandemia no país (como perceberam, excluí a Sra. ministra da Saúde desta equação). O Presidente da República, em abril ou maio, propôs que as conferências de imprensa da DGS começassem pelos números de “recuperados” e não pelos “infetados”. Essa notável revolução produziu coisas notáveis; uma delas foi a estatística das segundas-feiras, que era anunciada nos jornais como “enorme descida”, e que antecipava a subida de terça e quarta. Manobrar os números foi tudo quanto fizeram, ao ponto de sobrarem 5000 óbitos inexplicados. Falar verdade e sem medo teria sido a melhor forma de comunicar.

Da coluna diária do CM.

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