Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Uma Europa.

por FJV, em 23.10.20

A vinda do dinheiro europeu – a prometida “bazuca” do primeiro-ministro, uma designação grosseira – acelerou tudo, até as discussões sobre o Orçamento do Estado e aos “planos de recuperação”, que contam exclusivamente com ele, desde que seja distribuído com a conhecida prodigalidade. Se é verdade que a modernização do país se deve sobretudo à contribuição europeia, também é verdade que devíamos ter discutido alguma coisa acerca da aplicação desses fundos – mas não havia tempo. Os investimentos em transportes costumam gerar ondas de entusiasmo e lembram-me os portugueses de há trinta anos, observando o ritmo de construção das auto-estradas e o amontoar de cimento, asfalto e betão como a massa em que iria assentar o nosso desenvolvimento. Trinta anos depois há mais algum cuidado. Mas a euforia é semelhante. O que me assusta é outra coisa: de onde vem este dinheiro não há de vir muito mais. Como se vê pela pandemia, a Europa reage mal à adversidade e é egocêntrica nos seus processos. Além de que, mais dia menos dia, não terá muito mais taxas para cobrar a empresas que não está a criar.

Da coluna diária do CM.

Autoria e outros dados (tags, etc)



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.