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A publicação de O Cânone, com edição de António M. Feijó, João R. Figueiredo e Miguel Tamen (Tinta da China e Fundação Cupertino de Miranda) é um acontecimento de primeira ordem. Fico feliz – que é o estado em que por vezes um livro nos deixa. Este é o caso. Primeiro, porque reabre, para leitores de hoje, um debate sobre os autores fundamentais “do cânone”; depois, porque há muito que não se publicava um conjunto tão substancial de textos críticos, ainda por cima com uma qualidade assinalável; finalmente, porque, as questões colocadas sobretudo por António M. Feijó e Miguel Tamen põem em causa o discurso tradicional sobre a literatura portuguesa e a sua abordagem. O Cânone vai ser criticado por excluir autores consagrados (o que faz com grande coragem) – mas, como escreve Feijó de forma luminosa e provocatória, “não é um livro sobre o esplendor de Portugal, é um livro de crítica literária”. Há muitos méritos e bons autores (Pedro Mexia, Rui Ramos, Abel Barros Baptista, etc.) – mas o principal deles é o de incomodar bastante os bonzos, na ‘política literária’ e na, enfim, ‘academia’.
Da coluna diária do CM.
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