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As cidades agradecidas ficam-me no coração e Tavira é um caso maravilhoso, porque possui uma Biblioteca Municipal Álvaro de Campos. A biografia Álvaro de Campos, primo por afinidade de Ricardo Reis, Bernardo Soares ou Alberto Caeiro, está reduzida a duas coisas – àquilo que sobre ele decidiu o seu criador, Fernando Pessoa, que o fez nascer em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 (à uma e meia da tarde), e aos poemas que largamente escreveu, como o maravilhoso “Tabacaria”, “Opiário”, “Ode Triunfal”, “Ode Marítima”, “Saudação a Walt Withman”, “Passagem das Horas”, o célebre “Todas as Cartas de Amor são Ridículas” ou “Ao volante do Chevrolet pela Estrada de Sintra”. Estudou engenharia naval em Glasgow, e trabalhou em Londres e Newcastle antes de se fixar, desamparado, em Lisboa, no ano de 1926. É aquele heterónimo que mais me faz duvidar da existência de Fernando Pessoa, de tal modo é forte a sua voz, independente a sua poesia, tempestuosa a sua vida. Amanhã, porque passarão 130 anos sobre o seu nascimento na cidade algarvia, talvez pudéssemos parar por instantes e ler um dos seus poemas.
Da coluna diária do CM.
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