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Não interessa se é “jogada política”, ameaça velada, ‘bluff’, distração ou simples azedume – a exigência, pelo Bloco de Esquerda, de um compromisso escrito por parte do governo a propósito das negociações do Orçamento de Estado, é um acontecimento político. Vamos e venhamos, o BE aprovou até agora cinco orçamentos que passou o resto do ano a criticar – mas, feitas as contas, é um dos partidos da geringonça e faz parte do equilíbrio em que assenta a estabilidade desta maioria informal. Como se percebia, em nome da necessidade de um acordo à esquerda, António Costa meteu o BE no bolso. Nada de chocante: o BE aprovava os orçamentos e criticava-os. Namorava e fugia. Sorria e bufava. Estava e não estava. O BE era parte da solução, mas a outra parte não andava com o BE de braço dado. Até que chegámos a este ponto – querem acordo?, pois ponham isso por escrito. Claro que vai haver solução para o Orçamento, mas a exigência de um papelinho é uma exigência brutal que fica para a história da política. O BE deixa de ser a “parte casadoira”, para passar a ser uma coisa madura e matrona.
Da coluna diária do CM.
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