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Da máquina de devorar as coisas frágeis.

por FJV, em 07.10.20

A Gucci lançou um vestido para homens – vi a peça na imprensa (custa 2 mil euros, que a Gucci é de luxos), e ficava bem à minha tia. Admito que fique bem a homens, ‘trans’ ou não. Mas a marca italiana apresenta bem a coisa: quer combater “os estereótipos de género” (especialmente os da “masculinidade tóxica”) e a marginalização das “pessoas trans”. O que me fascina é a forma cada vez mais rápida como o mercado e o capitalismo devoram a linguagem dos que o combatem e das “vanguardas” que andam no bailarico, reunindo tolinhos embevecidos. O capitalismo tanto ganha milhões a vender camisolas estampadas do dr. Guevara (em fundo vermelhusco) como luta contra a “masculinidade tóxica“ e inventa produtos “sustentáveis” que multiplicam os seus lucros, ao mesmo tempo que “luta contra as emissões de carbono” e disponibiliza um bravo mercado para os vegetarianos radicais que – ah! – lutam contra o capitalismo, esse malandro que ganha rios de dinheiros a vender papel para imprimir o Manifesto Comunista, essa velharia que um dia há de aparecer debaixo do braço de um modelo num desfile de moda.

Da coluna diária do CM.

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