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Morreu o Quino. Não Quino – mas “o Quino”, “o Quino da Mafalda”, nosso companheiro de adolescência, com quem rimos, com quem nos indignámos e enfurecemos, com quem voltámos a rir através da Mafalda, do Filipe, do Miguelinho, do Manelinho, da Susaninha, do irmão Gui, dos pais surpreendidos e tentando dar o seu melhor, do aparelho de televisão e dos jornais, da sopa e dos Beatles ou do farmacêutico que vendia Nervocalm. Todos nós vivemos um pouco através destas personagens – e, uma vez na vida, fomos uma ou outra, e estivemos no lugar “do Quino”, e interpretámos o papel de cada uma delas, e achámos que tinham razão mesmo quando não tinham, e rimos de novo – mesmo quando já éramos adultos e conhecíamos todas as piadas. E mesmo assim ríamos porque Mafalda e os comparsas tinham sido há muito tempo as nossas referências para rir do mundo ou chorar por ele (mesmo quando, agora, mudaram as traduções dos nomes nas versões portuguesas – um erro colossal). Mafalda irritava e consolava, confirmava e surpreendia, era tão inteligente como chata. Éramos nós, assim. Obrigado por tudo, Quino.
Da coluna diária do CM.
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