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A procuradora Dulce Rocha, que dirige o Instituto de Apoio à Criança, acha que a melhor solução para as crianças cujos pais as impediram de frequentar as “aulas de cidadania”, é (caso, aos 16 anos, não aceitem frequentá-las de “livre vontade”), barrar-lhes o acesso à universidade pública. O problema das “aulas de cidadania”, como já aqui escrevi, é a falta de consenso que conseguiram gerar em torno das matérias da disciplina. Espírito do tempo: o que nós, que agora estamos no mando, pensamos sobre “género”, “sexualidade”, “participação na comunidade”, mais uma série de lugares-comuns, é isto – quem não aceitar a forma como interpretamos esses temas e desejamos “formar as novas gerações”, fica de fora e não pode entrar na universidade. A disciplina não deixa dúvidas: além de uma lista de coisas tão inúteis como inócuas, é uma forma de modelar, condicionar e encaixotar “as novas gerações” e de transformar em “ciência adquirida” o que não passa de suposições e de coisinhas boas para a guerrilha cultural. Quando não há consenso nascem os ditadores. Em Portugal estão a nascer aos magotes.
Da coluna diária do CM.
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