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Peguei no livro e, em poucas horas, depenei-o. Porque se trata de depená-lo, folheá-lo, lê-lo, aproveitá-lo. Não é uma história de Espanha a não ser pelo facto de se chamar Uma História de Espanha (publicado pela Asa) – mas, contando-nos a história de Espanha, fá-lo pela voz oral de Arturo Pérez-Reverte, o amável, ácido e fantástico autor de O Clube Dumas, O Pintor de Batalhas, A Rainha do Sul, ou as séries do capitão Alatriste ou do espião Falcó. E que maravilha, o livro, que nos oferece um autor em transe, contando como decorrem séculos de Espanha no fio da navalha – precisávamos disso em Portugal, não escrito por um historiador (lamento muito, amiguinhos da universidade) mas pela voz desempoeirada de alguém que tanto acredite como desconfie do país, que tanto sofra por ele como é capaz de desprezá-lo, mas o entenda e não queira ser seu dono. Pérez-Reverte mostra como se faz, tendo como material um monstro de vaidade e altivez barroca (como é Espanha), tão valente como enlouquecido. Que belo livro, Arturo. Que saudades me dá daquele país orgulhoso, natural e cheio de vida – que antes se chamava Espanha.
Da coluna diária do CM.
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