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Mais coisas sobre o milagre português.

por FJV, em 13.08.20

A meio do estado de emergência, o concílio periódico de políticos pediu uma nova estratégia de comunicação para o boletim diário da DGS: nada de começar pelos números maus; em vez disso, valorizar os sucessos. Compreende-se: números não são factos, dependem sempre da forma como são apresentados, valorizados e manipulados. Escrevo “manipulados” sem más intenções. Veja-se: ontem houve 278 novos casos de infeção; mas há muito tempo que não havia tão poucos casos (1390) sob vigilância. Uma coisa equilibra a outra, portanto. Como se sabe, a nossa vida (o trabalho, a ida às compras, o gozo da praia, a relação com os outros) depende de notícias e de números, da confiança e do medo. O problema é que durante certo tempo vivemos metralhados por discursos ridículos e patrióticos sobre “o milagre português” – até sucumbirmos à leitura cruel das estatísticas, que não eram boas, até porque ninguém conseguiu boas estatísticas no combate à pandemia. Os políticos não podem falar totalmente verdade; mas não devem tratar-nos como crianças influenciáveis, incapazes de detetar uma manigância descarada. 

Da coluna diária do CM.

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