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O escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte publicou um dia destes uma bela crónica. Farto de ver parvinhos espalhados nos telejornais, imaginou-se numa ilha, rodeado de quadros de Velázquez, de primeiras edições de Cervantes ou Conrad (ou do Tintin), comandando à distância um exército de sicários e de hackers que espalhasse um vírus seletivo e mortal para exterminar irresponsáveis e imbecis, ou os que entram em restaurantes de chinelos e calções, ou os que se fotografam diariamente no Instagram. A minha lista inclui também pessoas que usam a palavra “resiliência” e dão erros ortográficos, que dizem “o novo normal” e reproduzem banalidades com ar moral e esticadinho. O negócio da indignação seletiva nas “redes sociais” também seria um bom alvo, mas, bem vistas as coisas, foi para isso que elas foram criadas, para reunir os tolos em segurança e confinamento. E criaria um recinto para “fascistas” e “antifas” rebolarem na lama e sem máscara, uns com t-shirts do dr. Salazar, outros com boinas do dr. Guevara, como num episódio da Guerra dos Tronos, mas sem neve para já.
Da coluna diária do CM.
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