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As cautelas da monarquia.

por FJV, em 11.08.20

A monarquia e a cautela treinada de Juan Carlos, a par do desejo de prosperidade, trouxeram a democracia a Espanha. Não era fácil, mas foi possível. Na altura, era preciso abandonar o franquismo – uma velharia reacionária e tonta, como a sua adversária, que resultou dos conflitos da primeira metade do século XX – e devolver à Espanha, não a grandeza barroca que a marca geneticamente, mas uma harmonia que nunca teve. Houve Juan Carlos, sim – e houve Adolfo Suárez, evidentemente, e o último estertor dos militares franquistas, de tricórnio e bigode. E um pacto nacional para enterrar o passado. Quarenta anos depois, o passado foi desenterrado e o radicalismo anda à solta em Espanha, como uma vingança, a par da corrupção que, depois de contaminar a máquina influente de todos os partidos políticos e das autonomias (do PP ao Podemos, passando pelo PSOE e pelos catalanistas), mancha Juan Carlos para sempre. A última coisa de que Espanha precisava era da corrupção na monarquia. Fiilipe VI só tem uma forma de evitar o desastre e a desagregação do país: ser exemplar no castigo. E doloroso.

Da coluna diária do CM.

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