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Fernanda Lapa.

por FJV, em 07.08.20

De entre o que ontem se disse de Fernanda Lapa (1943-2020), as palavras de Maria do Céu Guerra são as mais perfeitas: “Sempre talentosa.” O que melhor guardamos de uma pessoa que atravessa a cultura portuguesa nesta viragem do tempo é isso mesmo: uma pessoa talentosa. Leal, combativa, trabalhadora, obsessiva, exigente – e com o extraordinário talento de Fernanda Lapa. É isso que nos salva no meio da perda e do desinteresse. Podemos não compreender ou não partilhar a paixão extrema de Fernanda Lapa pelo teatro, pela direção de atores, pelos autores que encenou, pelas suas ideias políticas, pelo palco, pelo estudo, pela provocação – mas o seu talento e o seu sentido de humor, além da naturalidade da sua zanga com os outros, são eternos. No final do ano estreará a sua encenação de O Punho, de Bernardo Santareno – cujo centenário se assinala a 19 de novembro próximo –, pela companhia a que dedicou boa parte do seu entusiasmo, a Escola de Mulheres, nome que evoca Molière, outra personagem de talento extraordinário, zangada, cheia de humor e ironia. Nada mais indicado.

Da coluna diária do CM.

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