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Conheci P.D. James (1920-2014) em Madrid, durante uma espécie de debate sobre literatura policial. Eu tinha acabado de ler Intrigas e Desejos (Devices and Desires, 1989), mas guardava ainda o sabor amargo de Um Gosto pela Morte (A Taste for Death, 1986) – e o que mais apreciava era uma das máximas criações ficcionais, o inspector Adam Dalgliesh, que aparecera pela primeira vez em O Enigma de Sally Jupp (1962, o ano em que nasci). A detetive privada Cordelia Gray nasce em Profissão Estranha para uma Mulher (de 1972) – mas Dalgliesh é digno de memória: além de polícia é poeta e a sua vida está tão cheia de melancolias como de assassínios. A própria P.D. James não tem uma vida simples: viúva, foi assistente hospitalar e trabalhou na polícia criminal – e estava destinada a ser uma velhinha curiosa que escrevia “romances policiais de mistério”. Mas a sua paixão pela literatura (era especialista em Jane Austen) fê-la ultrapassar os padrões vedados às mulheres no policial (mesmo assim, as feministas não gostavam dela). Nasceu há exatamente 100 anos. Três dos seus livros são notáveis.
Da coluna diária do CM.
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