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Vincent van Gogh pinta girassóis, de Paul Gauguin
Esses anos parecem fatais e, dois anos da prematura morte de Van Gogh (1853-1890), Paul Gauguin pinta um quadro belíssimo, Vincent van Gogh pinta girassóis. Sabemos que o fez; pintou girassóis, luminosos, coloridos, sempre comoventes por causa da luz, da inclinação, do realismo e do irrealismo; pintou pomares com cores mais ténues; ciprestes sombrios à beira de caminhos estreitos (à exceção daquele Campo de Trigo com Ciprestes); naturezas mortas com jarros de girassóis; lírios azulados em contraste com fundos quentes; jardins ou planícies inclinadas sob sóis visíveis e invisíveis – e, são os que eu prefiro, retratos e autoretratos desses dois últimos anos de vida, com ou sem barba, com e sem cachimbo, com e sem orelha cortada, em fundo verde claro ou em azul sombrio. A cor maravilhosa da melancolia, que é uma invenção flamenga e neerlandesa, ganhou com Van Gogh uma dimensão de vivacidade, como um clarão total, abrasador ou prenunciando o expressionismo que havia de chegar (como A Noite Estrelada). Passam hoje 130 anos sobre a morte de Vincent Van Gogh. Devemos-lhe tanto.
Da coluna diária do CM.
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