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O meu sonho é ser marcelólogo. Ler, estudar, analisar, comparar, classificar o que o Presidente Marcelo diz ou é citado como tendo dito, pensado ou permitido que se pensasse que ele pudesse ter dito. É uma ocupação a tempo inteiro – atenção! – e exige tanta disciplina como bom humor. Disciplina, porque MRS se multiplica em declarações; bom humor para resistir à tentação de o desmentir e para imaginar a alegria jovial e secreta com que MRS diz certo número de coisas, sabendo de antemão quem vai reagir, quem vai entender e quem vai irritar-se. Por isso, tanto posso deter-me na frase em que diz declarar-se “muito feliz” com os sucessos da justiça nos casos BES, Tancos e Operação Marquês – como na sua aparência grave e triste ao sair das reuniões do Infarmed (a que pôs termo por concluir que eram perigosas para o regime), como nos seus repetidos avisos sobre os dramas dos incêndios (que têm caído no saco roto das nossas indignações). A sua felicidade crescente, no entanto, é um enigma. Tanta felicidade corre o risco de passar por dissimulação, como explica qualquer anti-Maquiavel.
Da coluna diária do CM.
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