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O Presidente da República anunciou o fim das reuniões no Infarmed como se tivéssemos vencido o vírus. Não há razões: Portugal é o segundo país do mundo com mais infectados por milhão de habitantes. Os melhores do mundo. O milagre português merece uma pergunta simples e direta: como é possível que o nível de “indisciplina sanitária” tenha crescido tanto, num país que, ordeiramente, ficou em casa nos meses mais duros da pandemia? Resposta simples e direta: graças à péssima atuação das autoridades – exceções, ziguezagues, critérios oscilantes e contraditórios, favores políticos e orientações discutíveis (lembram-se da polémica da máscara?) e prontas a serem desmentidas no dia seguinte. Não se pode querer turismo – e confinar os turistas a partir das oito da noite. Não se pode querer “a retoma da economia” – e autocarros e comboios a circularem com metade da lotação. Não se podem mandar os miúdos à praia (mas não à escola, o que é um absurdo) – e pedir que andem em bicos de pés. Todos estão a pensar em sondagens e eleições, o que tem elevado, não o vírus – mas o nível do ridículo.
Da coluna diária do CM.
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